sábado, 30 de mayo de 2015

O evangelho segundo Hitler - Marcos Peres




Entrevista com Marcos Peres, vencedor do prêmio Sesc de Literatura 2013 na categoria romance, com seu livro de estreia O Evangelho Segundo Hitler. Marcos conta ao jornalista Ederson Granetto a experiência de se ter seu primeiro romance premiado e fala um pouco do livro -- uma alegoria em que os nazistas veem na obra de Jorge Luís Borges alicerces para sua doutrina nacionalista.
  
En Brasil,  el escritor Marcos Peres viene destacándose con un romance en que el protagonista es el escritor argentino Jorge Luis Borges. En el romance el Evangelio según Hitler, Borges y un homónimo crean, sin querer, la semilla que resulto la monstruosidad del nazismo. Al asociar a Borges con Hitler, Peres comete una enorme herejía al mismo tiempo en que reafirma su amor por uno de los mayores escritores argentinos de todos los tiempos.

Fuente : You Tube

Borge personaje : O Evangelho segundo Hitler, de Marcos Peres



Assume-se obcecado por Jorge Luís Borges e foi ao ler um conto do argentino que nasceu "O Evangelho Segundo Hitler". Polémica à parte, Marcos Peres quer mostrar que teorias da conspiração há muitas.

E se Judas tivesse denunciado Jesus Cristo aos romanos não por maldade, mas por um bem maior que o mundo desconhece? Em O Evangelho Segundo Hitler, primeiro livro de ficção do brasileiro Marcos Peres, o ditador mais odiado da história contemporânea desempenha um papel semelhante ao de uma versão de Judas criada pelo argentino Jorge Luís Borges: ele não é a fonte de todo o mal, mas sim um homem que sacrifica o seu nome e reputação por um bem maior. Sabe que será odiado para todo o sempre, mas acredita que todo o mal que vai fazer é um mal necessário. Depois do sucesso alcançado no Brasil, O Evangelho Segundo Hitler chega agora a Portugal, pela editora Nova Delphi.

Marcos Peres tinha por hábito escrever e, no final, esconder o manuscrito na gaveta. Nunca imaginou que o primeiro livro que iria publicar teria uma capa vermelha com uma suástica, o nome de Hitler em destaque e religião à mistura. Assumidamente tímido, o escritor que também trabalha no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná jura ao Observador, durante a apresentação do livro no Festival Literário da Madeira, que não quis causar polémica.

Mas, antes da polémica, a inspiração. Jorge Luís Borges (1899-1986) é o escritor argentino pelo qual Marcos Peres, de 30 anos, se confessa obcecado. Por isso, quis homenageá-lo aqui com uma “interpretação grotesca. Até se converter numa fundamentação do nazismo”, explica. A ideia para O Evangelho Segundo Hitler nasceu depois de uma leitura do conto Três Versões de Judas, onde Jorge Luís Borges escreve, precisamente, sobre três versões diferentes de Judas. “Uma das versões é diferente do que conhecemos na Bíblia: esse Judas fez um ato maligno [denunciar Jesus, o que contribuiu para a sua morte na cruz], mas é um mal necessário para o bem”, conta Marcos Peres.

Segundo essa interpretação, só haveria bem depois desse ato, tão maligno quanto altruísta. “Na brincadeira do Borges, Jesus renunciou à própria vida. Mas o Judas fez algo muito maior, renunciou à memória, porque ficou queimado na história mundial. Achei muito herético, muito pesado.” Marcos Peres pegou na ideia, pensou alongar as três versões de Judas e escrever um romance inteiro. “Eu queria que Borges fosse meu personagem, porque eu conhecia-o muito bem.” Daí que a personagem principal seja homónima do escritor. “Tinha o Borges, tinha o Judas e precisava de alguém associado ao mal”, explica. Hitler foi o escolhido por ser contemporâneo do escritor argentino. A certa altura da história, o protagonista é inserido no círculo nazi e inspira a ideia de que o nazismo é um mal necessário para um bem maior, mas secreto. Ou seja, Hitler acaba por ser Judas, ao sacrificar-se perante a história da humanidade como a encarnação do mal. Nos livros de história, nunca ninguém falará bem de Hitler, tal como ninguém elogia Judas.
marcos peres


Qualquer semelhança nas páginas iniciais com o estilo ficcional de Dan Brown não é pura coincidência. À época, o autor de O Código Da Vinci, cuja história se centra na família secreta de Jesus, dominava os tops mundiais. No entanto, apesar de tocar no tema da religião, tal como O Evangelho Segundo Hitler, são ficções diferentes. “Na verdade, fiz uma crítica às histórias do Dan Brown. O modelo que utilizei para escrever o livro é de Umberto Eco”, sublinha.

No livro que o escritor e filósofo italiano lançou em 2010, O Cemitério de Praga, há uma teoria conspiratória, onde vários factos são ligados à conspiração. “Ele coloca tudo num caldeirão e, embora eles todos se conectem, no final ele diz: eu fiz uma teoria conspiratória, ela aparentemente faz sentido, mas não quero que a comprem. Olhem, sim, para tudo com olhos críticos. Já no que eu escrevi, os factos são lógicos, mas são irreais. É quase como o Dan Brown, só que num setor oposto, porque Dan Brown coloca uma teoria conspiratória fácil e no final vende essa teoria conspiratória. Esse é o segredo do sucesso dele”, diz Marcos Peres, que confessa não ser fã do estilo.

Católico e proveniente de uma família católica, o livro começou por ser uma brincadeira e Marcos Peres escreveu sem pudor, convencido de que o manuscrito iria parar à gaveta lá de casa, como os anteriores. A escrita deste funcionário do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná era “quase secreta, um ato de confessar para o papel”, conta. Mas o livro acabou por chegar a uma editora. “Mandei para dois amigos e eles pediram para enviar para um concurso de inéditos, em que você manda com um pseudónimo. Sabia que o livro não teria chance, nem pela capa nem pelo título, e porque o prémio Sesc tem uma participação estatal.” Enviou na mesma. De resposta recebeu o prémio e ainda uma mudança muito brusca na sua vida. “De um dia para o outro tive de me declarar escritor, e com uma capa muito polémica“, recorda.
O-Evangelho-Segundo-Hitler-Marcos-Peres


Quando o livro se tornou público, Marcos tentou justificar-se, com medo de represálias para com a família — “Tive medo que falassem para a minha avó: ‘Olhe, seu neto escreveu um Evangelho de Hitler'”. Defende que na literatura não se pode ter medo e pensar que alguém não vai gostar, ou que vai sentir medo. “Naquele momento eu tento centrar-me no que é que o escrito pede. Ele tem voz própria”, diz. Associar Borges a Hitler também não ajudou a diminuir a polémica. Perguntavam-lhe se era nazi e se era ateu. “A capa vermelha com a suástica foi um problema, nunca tinha imaginado que o meu primeiro livro seria associado a uma suástica, então havia muita gente que não sabia se era ficção ou não.”

Por cá, a capa vermelho sangue da edição brasileira foi substituída por uma ilustração do perfil de Hitler. Não para atenuar o choque que pode causar a terceiros, garante Marcos Peres. “Foi a editora que propôs uma nova arte”, esclarece. “Eu conheci o ilustrador da capa, o Alex Gozblau, e ele é fantástico, fez uma capa lindíssima com um Borges grafitado, então ele torna-se um Hitler de uma forma um pouco grotesca.”

Pode a própria religião ser uma teoria da conspiração? “Sim”, responde sem conservadorismo o autor católico. “A teoria da conspiração existe em muitos aspetos da vida, da religião à crença popular, então eu acho que em muitos pontos temos de aprender a olhar com um olhar mais crítico. Eu acho que a religião é um desses aspetos.”

Fuente :Observador


Jorge Luis Borges, autor de Batman



 
La literatura del escritor argentino es referencia ineludible para autores del cómic británico como Neil Gaiman. Ahora, Grant Morrison lo cruza con el Hombre Murciélago.

La historieta es un arte tan permisivo a la influencia de Jorge Luis Borges como lo es el cine. El medio nacional provee ejemplos como Perramus de Juan Sasturain y Alberto Breccia, donde Borges aparece como personaje, o la adaptación de Historia del guerrero y la cautiva, realizada por Norberto Buscaglia y Alfredo Flores. No debería sorprender que el cómic norteamericano de masas también haya adaptado conceptos suyos, si se tiene en cuenta la ascendencia de Borges por sobre una camada de guionistas surgidos durante la década del ochenta.

Como en la mayoría de sus lectores anglosajones, la fascinación de estos autores por Borges se centra en las especulaciones que su imaginación elaboraba sobre sus tópicos favoritos. Quizás el primero en citar a Borges haya sido el guionista y dibujante estadounidense Rick Veitch, quien en el número 62 de Swamp Thing (1987), serie de terror de la DC Comics, aludió directamente a “El Aleph” y su autor, “un genio ciego”. Sin embargo, el resto de sus deudores son escritores provenientes de Gran Bretaña.

Después del éxito de Alan Moore con Swamp Thing (1984-1987) y Watchmen (1986-1987), una generación de guionistas británicos comenzó a escribir regularmente para editoriales norteamericanas, principalmente la DC Comics (y, eventualmente, su sublínea Vertigo), aportando una óptica renovadora al género de superhéroes y de fantasía, que por entonces comenzó a atraer a un público más adulto. Sus estilos estaban moldeados por la conjunción entre los cómics leídos durante su juventud, el cine de vanguardia, poetas del Romanticismo inglés, y prosistas de ficción. No cuesta percibir que, tanto Moore como Neil Gaiman (Sandman) y Peter Milligan (Skreemer, Shade) cuentan a Borges entre sus lecturas favoritas.
El escocés Grant Morrison es quien ha dejado más constancia directa de su interés por Borges. Morrison se hizo notar en la escena estadounidense con una serie para DC, Animal Man (1988-1990), donde reflotó a un héroe de tercera línea y le otorgó una profundidad en su personalidad y en sus historias que jamás había tenido. Pero lo que hace de los números 1 a 26 de Animal Man una obra fundamental es su componente metatextual: Morrison aparece en el cómic, se presenta ante Animal Man como la persona que escribe su vida mes a mes y le hace comprender a éste que no es más que un personaje.

Morrison reciclaba una vieja idea de la llamada Edad de Plata del cómic de superhéroes (segunda mitad de la década del ‘50 y la mayoría de los ‘60): la del encuentro entre el guionista y el personaje. En esos casos era un recurso más, sin objetivos metadiscursivos. En una entrevista de 1996 para la revista argentina Comiqueando, Morrison reconoció que buscó retomar esas viejas historias desde una perspectiva borgeana.

En 1989 Morrison se hizo cargo de la serie Doom Patrol. Enseguida rompió con la línea argumental previa, cercana a las historias contemporáneas de los X-Men en la competencia Marvel, y la llevó a territorios desconocidos para un grupo de superhéroes. El argumento de su primera saga, desarrollada en los números 18 al 22, estaba basada en “Tlön, Uqbar, Orbis Tertius”: la apócrifa ciudad de Orqwith, al igual que sucedía con el planeta Tlön, comienza a irrumpir en la realidad y a reemplazarla.

En una entrevista de 1990 para la publicación Amazing Heroes, Morrison dejó en claro su deuda: “Tuve un sueño donde estaba en un tren pasando por una horrible estación con forma de hueso. El nombre de la plataforma decía ‘Orqwith’, entonces pensé que lo utilizaría. Además, parte de este sueño fue que ese mundo ficticio estaba infiltrando partes suyas en nuestro mundo. Pero tiene que ver un montón con robar el trabajo de un escritor ciego argentino. (Borges) Es maravilloso. Esa es una de las cosas que quise introducir en la Doom Patrol. Todas esas paradojas extrañas y curiosidades filosóficas”.

Otra idea de ese cuento fue referida por Morrison en la miniserie Final Crisis: Superman Beyond (2008), donde, en otro trabajo metatextual que retoma un concepto ya utilizado en Animal Man, el Hombre de Acero viaja al limbo, el plano de la existencia donde se destinan todos los personajes olvidados por los autores y los lectores de la DC Comics. Similar a lo que pasa en el planeta Tlön, donde, escribió Borges, “Las cosas (...) propenden a borrarse y a perder los detalles cuando los olvida la gente.” La biblioteca del limbo de la DC tiene un solo texto, “un libro con un infinito número de páginas, todas ocupando el mismo espacio (...) Esto contiene cada libro posible”; básicamente el mismo concepto –la simultaneidad y la infinita multiplicidad– de “El Aleph”.

El año pasado, en los números del 3 al 5 de la revista Batman Incorporated –donde el Caballero Oscuro, cual titular de una franquicia, recorre el mundo convocando a héroes de distintos países para conformar un grupo internacional de encapotados–, Batman viajó a la Argentina para proponer a El Gaucho ser el representante sudamericano de la escudería. El Gaucho es un oscuro personaje que había aparecido en revistas de Batman en la década del ‘50. Morrison lo rescató del limbo.

La historia de Batman Incorporated le permite a Morrison incluir varias referencias a nuestro país. La primera página es un flashback a los días de la Guerra de Malvinas, donde se oculta un arma secreta, con un grupo de héroes británicos –la mayoría creados para la ocasión– buscando al villano Doctor Dedalus (un guiño a Stephen Dedalus, el álter ego de James Joyce). La crisis de 2001 es aludida por el playboy Santiago Vargas –identidad secreta de El Gaucho– cuando le dice a Batman: “Argentina es un país que una vez tuvo cinco presidentes en doce días. La ironía está en nuestra sangre”.

El dibujante Yanick Paquette ilustra con precisión realista un móvil de la Policía Federal, una ambulancia del SAME y la botellita de la más conocida cerveza local. También hay un guiño a la historieta nacional con la frase que aparece pintada en una pared de La Boca, “El odio cósmico”, mencionada por un Mano en El Eternauta de Héctor Germán Oesterheld y Francisco Solano López. Los diálogos del villano El Sombrero aparecen escritos con la tipografía mecánica que utilizaban las míticas versiones mexicanas de la Editorial Novaro, que formaron más de una generación de lectores de DC en Latinoamérica.

Pero sin dudas las citas más interesantes son las vinculadas a Borges. Discutiendo un caso, El Gaucho le cuenta a Batman sobre Espartaco Extraño, un escritor apócrifo –como aquel seudónimo H. Bustos Domecq– quien, en su vida de ficción, fue ultimado por “tres asesinos ciegos”. “Su asesinato, como su vida, como su obra, fue una compleja ficción... un elaborado rompecabezas... una densa y alusiva broma literaria...”, lee El Gaucho.

“Extraño fue la creación del grupo de poetas vanguardistas de Florida, que incluía a Jorge Luis Borges. ‘Oroboro’, un libro real escrito por un autor imaginario, transformó a Extraño en Chatterton y Rowley en una sola figura maldita”. Thomas Rowley era el seudónimo del escritor británico Thomas Chatterton. La fascinación por los dobles le permite a Morrison unir los temas de Borges con los misterios de Batman.

Cuando el supuesto villano es revelado como un anciano ciego de cabello blanco y bastón, al parecer encontramos la última de una serie de alusiones a Borges en el trabajo de Morrison, pero sin dudas no la última: su futura miniserie Multiversity estará ambientada en distintos universos paralelos pertenecientes al entramado ficcional de la DC; un tema ideal para revisitar la obra de un genio ciego.

Fuente : Taringa



Conversación J. L Borges-J.J Arreola - 1978




Esta conversación entre Jorge Luis Borges y Juan José Arreola proviene de un cassette que el propio Arreola grabó al momento de su encuentro con Borges, cuando éste visitó México en 1978. Arreola tenía la costumbre de llevar consigo una grabadora en la que registraba pasajes tanto de su propio discurso como de los diálogos con otras personas. Amante de la espontaneidad y la improvisación, como él mismo lo explica en cierto momento de esta charla, no solía informar a nadie que las palabras estaban registrándose en una cinta. Este parece ser el caso, pues evidentemente Borges habla sin que pueda decirse que sepa algo al respecto, y el propio Arreola, cuando se han despedido, explica a Rafael Alzérica tal vez– que es algo planeado de antemano por él.

La primera parte de la conversación tiene lugar en el hotel Camino Real, un día antes de que grabaran una entrevista televisiva que sería difundida poco tiempo después. Borges y Arreola están rodeados de gente –entre muchos otros, Felipe Ehrenberg, que dibuja, y Rafael Alzérica, que tuvo un papel relevante en las gestiones para que la entrevista fuera posible–, y esbozan las líneas de lo que será la entrevista formal. La segunda parte tuvo lugar en el sitio donde se filmó la entrevista, mientras Borges y Arreola esperaban a que los técnicos de televisión por fin estuvieran listos.

Dada la naturaleza de la grabación, hay momentos en que resultó imposible reproducir alguna frase sin caer en el riesgo de falsear su sentido. Para evitar esa suerte de traición, las pausas indicadas con corchetes corresponden a pasajes inaudibles o de dudosa claridad.

La generosidad de Alonso Arreola, nieto de Juan José, hace posible que ofrezcamos a nuestros lectores esta conversación inédita, a la que, por supuesto, no hace ninguna falta adjetivar.


Arreola: A ver, Rafael, dile quiénes estamos aquí: Yo soy Arreola.
–Yo soy Felipe Ehrenberg; estoy dibujando sencillamente.

–Yo soy Rafael Alzérica y nada más los voy a escuchar.

Arreola: Aquí estoy yo y soy, como le dije al entrar, José Arreola.

Borges: Sí, éste sigue siendo Arreola.

A: Todavía no he perdido la identidad. (...) En la televisión mi plan es no preparar nunca nada, y menos con usted, que ya tenemos un antecedente en San Diego, otro de México, y tantas cosas que usted me ha enseñado.

B: Bueno, yo estoy enseñando y aprendiendo.

A: Sigue aprendiendo, eso es, y se dice que la mejor manera de aprender es enseñar; entonces solamente...

B: Cierto, he sido profesor de literatura inglesa durante veinte años en la Facultad de Filosofía y Letras.

A: Bueno, y hay cosas que nos son comunes; a tantos de entre nosotros. La única cosa que tenía...

B: Lo de Reyes...

A: Lo de Reyes, y ciertos poetas de América Latina, ciertos poetas de España que hemos frecuentando usted y yo; usted con la ventaja que me lleva en conocimiento y algunos cuantos años...

B: Sobre todo en tiempo, siempre soy el mayor de los interlocutores; es un triste privilegio...

A: Bueno, podemos empezar con una cosa que me importa mucho...

B: Podemos empezar con Góngora y Quevedo...

A: Y también con algo que me importa mucho, que hace unos días... Usted sabe que en México...

B: Todos los temas son infinitos.

A: Y quisiera nada más un punto de partida para abarcar a estos poetas y a una serie de temas suyos y de cosas que ahora van siendo cada vez más mías. Acabamos de celebrar aquí el día de muertos. Tengo quince días en meditaciones y he vuelto a sus ideas, y a las ideas a propósito de la inmortalidad y del estar aquí o el estar allá y de un más allá o de un no más allá y de la permanencia, la idea de la eternidad, de dónde surgió; y le quiero contar que desde antenoche sabiendo que venía usted, yo quería...

B: No podemos ser un gato, el gato es un simulacro que concede al tiempo un arquetipo eterno...

A: Y se acuerda usted de "La calavera, el corazón secreto..."

B: Ah pero claro, pero eso es mío...

A: Entonces a partir de eso, creo, tengo una vaga sospecha... ese soneto, ya después le voy a contar...

B: Qué razón tiene... nunca he usado la palabra calavera.

B: Y ahí está, y en México celebramos las calaveras, la calavera es una de las realidades más mexicanas que puede haber...

B: Bueno, hay ese trabajo de Lessing, que dice que el esqueleto como símbolo de la muerte data desde la Edad Media... Los antiguos tienen una idea de Eros con la antorcha invertida y que luego viene a ser otro símbolo del esqueleto que no es antiguo, como el de...

A: No, es de la danza de la muerte; sobre todo Holbein y el panteón de los inocentes en París, el de Françoise Villon, donde viene el pasaje en el testamento, uno de los más terribles que venga a propósito de la idea de la muerte. Bueno, como acabamos de celebrar aquí con toda clase de calaveras de azúcar de dulces y de panes de muerto...

B: Están jugando con los símbolos de la muerte.

A: Exacto, a partir de ese hecho, era la única prevención, digamos, el único antecedente, y como Quevedo está metiendo la muerte hasta los huesos...

B: Si quiere podemos ver si existe o no...

A: Bueno.

B: Yo diría que es una sensación.

A: La única cosa que le quería hablar a usted...

B: Todo es posible, sí. Que nos quedáramos muertos mientras estamos hablando, y que no nos diéramos cuenta.

A: Eso sería lo más hermoso.

B: Macedonio Fernández dijo una cosa que yo voy a citar mañana, dijo que morirse era lo más sencillo y grande que podía pasarle a un hombre. Está tan seguro de la inmortalidad.

A: Es precioso.

B: Morirse es lo menos importante que puede pasarnos.

A: Oiga, ¿y los papeles del recién venido? ¿De dónde le vendría la idea del recién venido a Macedonio? "Recién venido"; en quién pensaría...

B: Seguro pensaba en él mismo y en la idea de que todos seríamos como forasteros en un mundo que no comprendemos, supongo que la idea sería esa, ¿o no? (...) Creo que después fue una idea más interesante (...) bueno, esto es una frase de mi hermana, que a lo mejor cito mañana...

A: De Nora.

B: Sí, de Nora. Los chicos, dice, estos turistas. Es muy lindo. Además, la palabra "turista" siempre se usa despectivamente y ahí no, al contrario.

A: Le voy a decir, de todo corazón, la práctica personal es no preparar nada porque cuando dos personas tienen muchos intereses, tienen muchas cosas que saber...

B: Yo creo que si preparamos algo, mañana vamos a ser como ecos mecánicos y un poco frustrados y falsos y vamos a abundar sobre todo en erratas y en olvidos...

A: "Abundar en erratas..." Me acuerdo muchísimo de Carlos Argentino, que tenía esa frase, ¿cómo es? Pero también abundaba en, ¿cómo dice?, en ociosas exactitudes, en ociosas referencias y toda la cosa esa de Paul Ford y demás. Pero la idea es exacta, tanto, que ni siquiera le adelanto la idea que me ha inquietado mucho en los últimos días y que yo creo que usted la tiene muy bien desarrollada en sí mismo y en muchos pasajes de los libros, pero como es una idea de las últimas cuarenta y ocho horas la quiero manifestar, pero mañana, mejor, para que usted no tenga tiempo de pensar porque a mí me importa mucho lo que es la improvisación, que la palabra sea simultánea al pensamiento, el pensamiento debe ser simultáneo a la palabra...

B: Sí, yo creo que eso decía Schopenhauer, que hay escritores que escriben sin pensar, hay escritores que piensan para escribir, escritores que piensan y por eso escriben y que eso es lo mejor. Yo creo que no, lo mejor es que sea un proceso paralelo. Creo que sí, es decir, cuando uno esté pensando, uno esté hallando las palabras.

A: Ahora, hay una cosa importante también, cuando uno empieza a hablar y tiene que hablar, naturalmente se pone a pensar porque si no se cae, se cae del alambre. Yo pertenezco al género de los que hablan para pensar. En cuanto empiezo a manejar términos del lenguaje el pensamiento acude. Oiga, ¿se acuerda de aquella boutade de André Gide? "Crea una forma bella, porque una idea más bella todavía vendrá a habitarla." Pero, ¿sabe?, André Gide ahí un poco hace verdaderamente una boutade. La forma bella se crea, Borges, como una nostalgia. Ya existe interiormente la posibilidad de ser una forma bella..

B: Muy bien, seamos platónicos...

A: Ah pero le voy a contar mañana o pasado...

(...)

A: Mañana le quiero contar, o pasado, en la próxima o en la siguiente conversación, el soneto que escribí a propósito de su soneto "La calavera, el corazón secreto", el verso que dice "soy un hombre que escribe en un cuarto de una casa". Hice un ejercicio retórico, puramente retórico a partir de Borges y Quevedo. Cómo puedo decirle...

B: Lo había olvidado ese poema... es la primera persona que me lo recuerda...

A: Ahora le voy a decir cómo va porque se lo voy a decir mañana, esto es sólo un pasaje...

B: ¿Cómo es? La calavera, el corazón secreto...

A: Pero no me acuerdo. "El golpe de la sangre que no veo..."

B: Claro, sí, del esqueleto que no veo...

A: Del esqueleto, sí, y es más, al final es más raro: "ser un..."

B: Y luego yo me refiero a la espada del coronel Borges, de mi abuelo, y digo: "soy también la memoria de una espada".

A: "Soy también la memoria de una espada." Y otra cosa, mire, a propósito de dos o tres sonetos vamos a platicar porque también en cierta calle hay una casa, se acuerda usted, con su timbre y su número trece y un aroma, un olor a perdido paraíso. La nostalgia de una vida más bella. Creo que usted se acuerda de El otoño de la Edad Media, donde se habla de la nostalgia de una vida más bella. ¿Por qué el hombre ha podido o querido suponer que puede haber un paraíso perdido, que puede haber una vida mejor?

B: Bueno, qué raro que usted me hable de eso. Estaba pensando en un diálogo bastante difícil donde Adán está pensando y reconoce que verdaderamente el paraíso no era para tanto pero a él le gusta pensar que era muy divino porque lo ha perdido. Lo que realmente no importa. Y que es exagerado por los poetas después, me recuerda un poco a Milton, pero era el paraíso o era con cualquier otra cosa.

A: No se imagina, Jorge Luis, cómo he estado de cerca en estas tres últimas semanas. Nada más le voy a decir unas líneas del soneto que escribí por usted, que dice: "Cómo puedo decirme a mí quién soy si de Quevedo y Borges el atuendo verbal dice burlando, ¿estás yaciendo? Lugar de tiempo en el espacio estoy, estoy aquí conmigo el día de hoy en monótonas líneas describiendo esta nada. Palabras sin estruendo avisan en silencio a dónde voy." Viene de Borges y de Quevedo. Ya en el programa se lo voy a decir completo...

B: Entonces no he escrito yo en vano mis sonetos...

A: ¡Por dios santo!

B: Si fue un estimulo...

A: Bueno, usted sabe que fueron desde 1942 los libros, pero el primer encuentro con Jorge Luis Borges ocurrió en la Revista de Occidente en 1924.

B: Ah, claro.

A: El artículo aquel.

B: Sobre Quevedo.

A: Se lo publicó Alfonso Reyes. Yo creo que él lo dio a la revista o la revista directamente.

B: Vamos a resolver hoy que lo publicó Alfonso Reyes. No cuesta nada modificar el pasado.

A: Acaba de decir usted una cosa que me importa mucho: la modificación del pasado.

B: Claro, es la materia más plástica que hay.

A: Hay un psicólogo teólogo, Víctor Frenkl, que ha dicho una cosa que me parece muy bella no sólo dentro del ámbito cristiano-católico, sino más allá de él, que dice: "El arrepentimiento modifica el pasado."

B: No, el que dijo eso fue Oscar Wilde.

A: ¿Me lo dice mañana eso? Es precioso.

B: Oscar Wilde, Oscar Wilde. Es lindísimo.

A: Sí porque Oscar Wilde era un hombre muy profundo. Pero usted ya lo dijo una vez.

B: Oscar Wilde era un hombre... Uno se encuentra con ideas asombrosas. Todo está dicho con tal elegancia, con tal diligencia que...

(...)

B: Pero claro, fue un hombre extraordinario Wilde, y lo que él dijo que había puesto su genio en su vida y su talento en su obra, o mi talento en la obra de mi genio y mi vida, pero uno siente ese genio en él, es más allá de los argumentos de las comedias o de las páginas así, un poco decorativas de Dorian Grey; se siente que era un hombre extraordinario...

A: ¿Se acuerda del original de su ensayo cuando dice por qué Chesterton, que era un hombre tan hecho, tan fuerte, tan católico, tan todo, nos lleva al mundo de la pesadilla? Y a pesar de los hábitos de la desdicha y del mal, la obra de Wilde respira una felicidad.

B: Una inocencia.

A: Ese es uno de los misterios que también debemos rozar un poco.

B: Es que Wilde es tan bueno. (...) Lo que yo publiqué fue una traducción del Príncipe feliz.

A: Increíble lo del Príncipe feliz, El gigante egoísta, El ruiseñor y la rosa, La creación. Bueno, yo creo, Jorge Luis Borges, que ya no vale la pena que le quite más tiempo y que estemos más tranquilos para mañana, porque lo único que quiero es que a pesar de que esto sea una cosa que nos reúne, un canal de la televisión, quiero que todo aparezca, y ya me doy cuenta de que usted así lo quiere también. Que sea una conversación pura entre nosotros dos.

B: Va a ser un placer, podemos olvidarnos de la televisión incluso.

A: Nos olvidamos totalmente.

B: Claro.

A: Yo me marcho para que usted esté lo más tranquilo posible, mañana en el Castillo de Chapultepec, y conste que no nos va a ajustar el tiempo. ¿Se acuerda en San Diego? Empezamos a las seis de la tarde y terminamos a las dos de la mañana la primera plática, cuando nos encontramos.

B: Una amiga mía me dijo una vez: "Nos conocimos en tal fecha, empezamos a hablar y desde entonces has seguido, desde entonces no te has callado."

A: Y yo voy a seguir hablando con usted aunque usted se marche de México.

B: No, pero no pensemos en eso. Yo estoy aquí venturosamente en México.

A: Y mañana vamos a estar en el Bosque de Chapultepec y verá usted que es un viento más puro que el que está por aquí alrededor del hotel. Pues créalo, que es una nueva felicidad, y quiero darle muy grandes saludos de una muchacha que lo conoció conmigo y que paseó con usted y que hicimos un viaje juntos en coche, mi hija Claudia. Una muchacha que estaba cerca de usted en el automóvil.

B: Claro, sí, yo sin duda le dije, como siempre digo, siempre repito eso, que si quiere puede llamarse Gladys, que es el mismo nombre de la forma celta, Gladys es Claudia. Pero creo es mucho más lindo Claudia.

A: Claudia.

B: Gladys es la forma que le dieron en Gales al nombre Claudia, note que son casi iguales: Gladys/Claudia.

A: Pues no se imagina la alegría que le dio saber que está usted en México.

B: Usted dígale que le mando muchos afectos y que siga llamándose Claudia y que no se ponga Gladys.

(...)

A: Yo le voy a decir ahorita que...

B: Qué lindo, "ahorita", como dicen los gauchos. Aquí se dice mucho...

A: Sí, cómo, ¿cómo dicen?

B: Ahorita, allicito.

A: Aquí se dice mucho ahorita y ahoritita.

B: Ahora que entre los gauchos eso no corresponde a ninguna precisión, se dice por cortesía. "¿Dónde queda tal cosa? Y, allicito."

A: Aquí en el campo se usa mucho.

B: Hay ahorita para que no se impaciente.

A: Como aquí en México.

B: Es una forma de cortesía, que no de precisión. No es preciso, es cortésmente impreciso, imprecisamente cortés, como allicito.

A: Aquí en México (se dice) un momentito. Para todo, cuando va a recibir a alguien o esperarlo, "un momentito, un momentito".

B: Puede decir "ahora", pero no importa.

A: No importa, es "momentito" y en el campo se dice mucho para el lugar a dónde vamos, dónde está esto, y se dice "aquí nomás tras lomita".

B: Ah, qué lindo, "tras lomita".

A: Y tras lomita es tras montañas y montañas, días de viaje.

B: Está bien esta idea de facilitar.

A: Pues ya siento desde ahora la alegría de mañana y de pasado y la alegría de saber que está usted aquí en México.

B: Y yo estoy sintiéndolo.

A: Porque imagínese usted, cuando comencé a leerlo y a conocerlo, cuándo iba a imaginarme que la vida y los azares de la literatura y de la lectura me iban a llevar...

B: Todo está hecho, todo está previsto. La armonía preestablecida del Leibnitz...

A: Todo debe obedecer finalmente a un orden.

B: Todo corresponde a un dibujo, no hay ningún secreto.

A: Y todo se condensará finalmente en la unidad. Bueno, ya platicaremos mañana...

B: Caramba, es un tema infinito. (...) Al principio es un caos, aunque un dibujo...

A: Les obscurs designs de la providence. Los obscuros dibujos de la providencia.

B: Es cierto, sí.

A: Creo que eso era de Cocteau, y toda la sala está entretejida, de veras, como un tapiz, es una cosa de tapicería. Alguna vez pensé en los ángeles, que son los concesionarios y distribuidores del azar, de la contingencia. Se la voy a leer, la tengo en un texto mío. En San Diego le ofrecí una cassette con pasajes míos y ahora sí me voy a atrever a dársela para que usted la escuche un día.

(...)

Borges se ha retirado y Arreola habla ahora con personal del staff de televisión.

A: Pero de veras qué hombre, qué hombre. A mí me da una pena hablar con Borges, cada vez que hablo, porque siempre temo darle la lata. Oye, estoy cada vez más agradecido, qué bárbaro, que tú hayas hecho esto posible, en verdad eso me emociona. (...) Pero tú no te imaginas la felicidad, porque yo tenía la cosa de que en San Diego no grabé una sola frase de Borges, y tuvimos una primera conferencia de seis horas los dos solos en una habitación, y yo por una cosa de respeto, teniendo dos grabadoras... Y ahora digo no, es un homenaje que le voy a hacer, cuando yo vi que las conversaciones con él... Cuando las repase y recuerde lo de San Diego; yo ya tengo mi libro también para Jorge Luis Borges. Porque no te imaginas, son treinta y ocho años de conocimiento, casi cuarenta años ya de conocimiento. (...) No tienes una idea de lo que yo he hecho aquí, pero hace treinta años sobre todo les ponía (a sus alumnos) como la pieza clave la economía de los términos, y tuve la suerte de que desde el primer momento en que nos encontramos me trató como ahorita, como si me hubiera conocido desde antes cuando yo tenía miedo de encontrarme con él. Porque era treinta años después, cuando yo lo encontré. Es inconcebible la imaginación y la frescura; ayer mismo en la noche, en el aeropuerto, dos recuerdos; inmediatamente los pesca. Ahorita, por ejemplo, no creas que me lo dice por cortesía, claro que se acuerda de mi hija porque viajaron en el asiento de atrás de un coche y al subir yo le dije a mi hija: "No le digas a Borges que yo voy aquí", porque yo había dormido dos o tres horas y me rajé de seguir hablando, él todavía quería seguir hablando y yo me fui. Entonces iba yo callado y caminamos muchos kilómetros, y de pronto mi hija en un momento así natural, dice: "Papá, papá, oye lo que está diciendo el señor Borges." Entonces él dice: "¿Viene aquí su papá?" Yo tuve que confesarlo, y se pone a hablar, pero platicó mucho con mi hija, y de veras que le tiene un gran cariño y un recuerdo muy bello, y esto que me dijo me dio gusto porque se acordó ya con eso de Gladys. Tiene una memoria... le dijo a mi hija, te llamas igual, en gaélico serías Gladys.

Borges y Arreola están en el alcázar del Castillo de Cahapultepec.

A: No me podía acordar anoche del lugar, que Papini tiene una frase semejante, cuando un emperador romano o un cónsul dice: "Yo reclamo para mí ese infame privilegio."

B: Qué linda.

A: Voy a ver si la localizo para decírsela mañana completa.

B: Sí, son frases latinas.

A: Dice: "Reclamo para mí este infame privilegio."

B: Qué raro, ¿por qué el idioma, cuando una frase sale bien, parece traducida del latín, eh?

A: Ahí lo tiene usted.

(...)

B: Sí, yo no sé, hay algo, tiene algo el latín.

A: Sí algo de mágico. Pero usted, cuando escribió sobre Quevedo, ¿cómo dice en sus páginas lapidarias? "El español parece volver al arduo latín de Séneca y Lucano."

B: Que eran españoles.

A: Eso, al enérgico latín de la edad de plata.

B: La edad de plata fue mucho más sentenciosa, porque es de Plinio también.

A: "Razonaba oro y no metal bajo, tantos kilates subía su lenguaje." Ahí el español es lo que usted dice, llega a ese nivel tremendo, sin partículas, ¿verdad? La piedra seca. "Fatigó con felicidad la literatura griega." También lo dice Quevedo en el "Marco Bruto". Yo me dediqué a buscar, cuando más me había impresionado a mí, quería recordar... ¿Cuál fue la frase que le impresiono más a usted? Porque Bécquer en un cuento habla de los monteros que fatigan el eco de los montes.

B: "Fatigar las selvas", es Virgilio.

A: Y de ahí lo tomó Góngora.

B: Claro, sólo que Góngora puso "a peinar el viento", que es horrible.

A: Y "fatigar la selva".

B: "Peinar el viento" es imperdonable.

A: No se puede. Pero inmediatamente viene...

B: Pero inmediatamente viene Virgilio y lo salva.

A: Pero él dice: "peinar el viento, fatigar la selva, en vano pula en la maestra mano el generoso pájaro su pluma". Ahí sí está en eso; eso podemos dejar para mañana, Quevedo y Góngora, porque ahora me gustaría estar todavía más sencillos.

B: ¿Qué hacemos rodeados de personas?

A: No, aquí estamos solos en este momento.

B: Yo no veo a personas realizando funciones trabajosas. ¿O no? Diciendo: "no, a la derecha, no a la izquierda" diciendo "ya te equivocaste..."

A: Y estos señores tienen ya tres horas con las cámaras, ensayándolas. Y todavía parece que no llegan, voy a preguntar.

B: Es que eso es lo típico de las máquinas, que no funcionan, que se descomponen...

A: Y luego imagínese usted, en un momento dado...

B: Toda máquina es torpe.

A: Es una venganza misteriosa...

B: Se rebela la materia.

A: De la materia, justamente. Usted se acuerda que había una persona entre otras, luego me acordaré, que se metió mucho al espiritismo y logró de tal manera contaminar a las criaturas medio animadas o inanimadas, que de pronto quería coger un lápiz de la mesa y se le escapaba el lápiz, pasaba bajo un árbol y las ramas le pegaban, porque se había metido a donde no debe.

B: Claro, sí, era un intruso. Yo siempre tengo el temor de ser un intruso.

A: Ay, por favor.

B: Aquí no me siento intruso.

A: No, Borges, aquí sencillamente no se puede usted imaginar eso. Pocas veces...

B: Dígame algo del significado de la palabra "mero" en México, "en la mera puerta", precisamente en la puerta.

A: También cuando alguien le pega a otro dicen: "le dio en la mera madre", por ejemplo cuando se da el balazo: "en la mera madre". "Ya mero" es ya casi.

B: Ah, "mero" es "casi".

B: Porque...

B: Tengo un empleo muy raro de very en inglés, de Kipling, donde habla de Roma, dice que al fin hemos llegado a Roma, que es "la mera Roma".

A: La traducción sería : "Estamos en la mera Roma".

B: Eso se entiende en México y Buenos Aires, podemos decir "en la mera Roma", pero sería despectivo, peyorativo.

A: Sería peyorativo.

B: Sí pero the very Rome está bien, en latín sería Roma excisima...

A: Yo desgraciadamente el inglés no lo he podido frecuentar y sólo leo fichas de enciclopedia, porque no he podido nunca entender el inglés, ni estudiarlo, y eso que he estado meses en Estados Unidos. En cambio el francés sí se me dio, nunca tomé un libro de francés...

B: A mí me ocurrió lo contrario, que en casa hablamos inglés y español y luego yo tuve que estudiar francés.

A: Lo tuvo que estudiar.

B: Y yo me enseñé alemán y luego me enseñé por medio de un programa anglosajón, hemos hecho la antología anglosajona.

A: Y eso ya va a salir.

B: Eso se publica en diciembre en Chile, me gusta que sea Chile por aquello de la decadencia actual de argentinos y chilenos.

A: ¿Y también habló usted de una biografía de Snorris T?

B: Ésa la dejamos haciendo.

A: Oiga, le quiero preguntar esto...

B: Qué lindo nombre, Snorris T.

A: Yo lo repito maniáticamente, pero quiero saber si es suya la frase o está tomada de un texto antiguo, que es una de las frases más tremendas para mi vida personal, le ruego que me consuele. Dice: "Snorris T no fue un traidor sino un hombre desgarrado hasta el fondo de sí mismo por sucesivas y contradictorias lealtades."

B: Desgraciadamente es mía esa frase.

A: ¡Borges!

B: Qué le vamos a hacer.

A: Si yo le hiciera un catálogo –y se lo voy a hacer un día–, breve, porque ahora sí le voy a grabar una cassette con fragmentos que quiero que usted conozca para que la escuche un rato de tiempo antes de que se vaya; un rato de tiempo, qué le parece.

B: Qué otra cosa he de hacer.

A: Pero fíjese, para mí es tan conmovedor eso; qué bueno que me acordé de preguntarle...

B: Ser antológico, esa materia de los ratos es el tiempo.

A: Yo le digo...

B: Dígame.

A: No, ¿cómo era?

B: El rato del tiempo.

A: Un rato largo.

Fuente :  Taringa



lunes, 25 de mayo de 2015

TangoMundo performs : Jacinto Chiclana de Borges en Australia




TangoMundo performs 'Jacinto Chiclana' in concert at 45 Downstairs, Melbourne.
Music by Astor Piazzolla, lyrics by Jorge Luis Borges.
Sung by Faye Bendrups with Dave Evans on piano and Guillermo Anad on viola.
TangoMundo specialises in performing music by Piazzolla with over 60 of his works in repertoire. TangoMundo is Guillermo Anad (viola), Faye Bendrups (piano and voice), Dave Evans (piano accordion and piano). All music arrangements by Guillermo Anad.

Fuente : You Tube

sábado, 23 de mayo de 2015

"La Memoria de Borges" : Un actor y un poeta en un juego de espejos




Roberto Jones encarna a Borges, en un trabajo lleno de desafíos y aciertos.

El retrato escénico de un artista famoso ha sido transitado con frecuencia en la plaza teatral montevideana, y quienes frecuentan los teatros desde hace bastante tiempo seguramente recuerden a Ducho Sfeir dando vida a María Callas, personaje que le permitió en Master Class revivir en escena las tragedias y éxitos de la gran soprano griega.

O Susana Groisman, quien en Oh, Sarah personificó nada menos que a la célebre trágica francesa Sarah Bernhardt. En esos casos se cruzaban dos intereses del público: la semblanza de un artista de otro tiempo y cultura (con todo lo que suele seducir el género biográfico también desde los escenarios) con la performance de un artista solvente, con el oficio y energía para un buen desempeño individual.

Pero en otros casos, la relación entre el personaje interpretado y el actor que le da vida, es mucho más estrecha. Como cuando Estela Castro encarnó a su maestra, la notable trágica catalana Margarita Xirgu, en Retrato de señora con espejo, de Pedro Corradi, que bajo dirección de Dumas Lerena hizo en el Teatro del Centro Carlos E. Scheck en 1979. Algo de esa cercanía hay en La memoria de Borges, en donde Roberto Jones anima en escena nada menos que a Jorge Luis Borges.

La proximidad entre el autor de El jardín de los senderos que se bifurcan y el actor uruguayo es de neto corte biográficos, dado que este trató con el poeta argentino en varias oportunidades, principalmente cuando para rodar un documental sobre Borges, ambos compartieron el día a día del rodaje. Y desde la dramaturgia del texto, a cargo de Hugo Burel, ese vínculo intelectual y afectivo, se incluye y trabaja, dándole una particularidad única al resultado.

Efectivamente, La memoria de Borges trata sobre la relación entre ambos, y cómo el actor tiene que hacer para encarnar al poeta en el referido documental. Pero eso no es más que la punta de la madeja de un juego escénico con muchos niveles de ficción, en los que uno y otro se acercan o alejan según se ven dando las distintas situaciones.

Todo eso no sería más que anecdótico si Jones no interpretara magistralmente este unipersonal, como sólo él lo sabe hacer. El pasaje de animar en escena al escritor argentino a volver a ponerse en su propia piel es francamente fantástico. Jones pasa en un instante, como un mago, de interpretarse a sí mismo, a hacer de ese hombre tembloroso, irónico, de manos y rostro inquietos.

A través de ese recurso de ir y venir de sí mismo al poeta, el unipersonal va desarrollando todo un juego borgiano, en el que ir tras los pasos (o la memoria) de Borges da pie para hablar del teatro, de la ficción escénica, y desde allí a mil asuntos biográficos, políticos y literarios, de polémico poeta porteño.

Jones habla de sí mismo, ironiza también sobre él, hace referencias a algún tramo de su carrera (todo muy bien incorporado al guión), mientras alterna aspectos de la biografía de Borges. Unos pocos elementos de utilería son suficientes para que el actor los llene de vida, sosteniendo sólidamente un trabajo que sin duda demanda mucho oficio, seguridad y talento.

Burel ya ha demostrado en alguna otra oportunidad sucapacidad de escribir para los escenarios, como en Elogio de la nieve, de 1999. Acá aporta un texto rico en forma y temas, que quizá pudo ser rematado con menos preámbulos. Ahunchain indudablemente habrá aportado lo suyo, más allá de la solvencia del actor, para dinamizar repetidamente todas las acciones de la escena.

"La Memoria de Borges". Autor y selección musical: Hugo Burel, incluyendo textos de Jorge Luis Borges. Género: Unipersonal. Dirección: Álvaro Ahunchain. Edición de sonido: Carlos García. Actor: Roberto Jones. Sala: Teatro Alianza Uruguay—Estados Unidos, Paraguay 1217 – Montevideo

Fuente : El Pais – Montevideo


Freud, Borges y el mito en el fascismo



 
Alejandro Frias

En su nuevo libro, Federico Finchelstein profundiza en la interpretación que el austríaco y el argentino hicieron del uso del mito que hizo Mussolini.

El paso previo al Holocausto podría, sin muchos remilgos, ubicarse en el fascismo, y la puerta que una ideología abre a la otra es la que el historiador Federico Finchelstein analiza de la mano de los escritos de Sigmund Freud y Jorge Luis Borgesy la posición que estos adoptaron antes los actos y los dichos de Il Duce.

En su nuevo libro, El mito del fascismo: de Freud a Borges (Capital Intelectual), Finchelstein profundiza en la interpretación que el austríaco y el argentino hicieron del uso de la estructura de lo mitológico de parte de Mussolini, insistiendo en cómo ambos vieron en esta ideología un regreso a la barbarie.

“Mientras que para Mussolini el fascismo era un signo del futuro, para Freud era un símbolo del pasado”, sostiene Finchelstein, en tanto que sobre la posición de Borges ante esta ideología señala que “la puesta en acto fascista de la mitología se fundaba en el anhelo de ese ‘pasado remoto’ y, como tal, ese pasado ‘es infinitamente plástico y agradable”.

La construcción de esa mitología es la que hace fuerte al fascismo, y Finchelstein pone de manifiesto los ladrillos simbólicos que le dieron cabida en la primera mitad del siglo XX, a través de Freud, en cuyo pensamiento “hay una dimensión emancipadora, casi utópica, que incluye su contexto nacional austríaco, pero también lo supera”, y Borges, quien, “como forma de cuestionar los fundamentos de la mitología que provoca el fascismo, tomó como foco las trayectorias recorridas por las víctimas”.

El mito del fascismo: de Freud a Borges no sólo contribuye a entender las bases mitológicas del fascismo, sino que también puede ser una herramienta para la comprensión de cualquier dictadura.

Fuente : mdz On Line


Pac-Man y Borges


 
En un ensayo del juego (Dots, Fruit, Speed and Pills: The Happy Consciousness of Pac-Man), el autor Alex Wade hace una comparación del laberinto interminable de Pac-Man con el laberinto imaginado por el escritor argentino Jorge Luis Borges, un laberinto donde el hombre se enfrenta a su destrucción pero a la vez a la creación de sí mismo.

A pesar de su gran popularidad el juego ha  recibido pocas menciones en presentaciones académicas. En un intento de abordar esta cuestión, el documento sostiene que en sus interaciones el Pac-Man genera nociones complejas de espacio y tiempo que son indicativos de cambios en las consideraciones culturales, éticos y políticos en la sociedad. Esto se exploró mediante el análisis de la obra de Borges en laberintos, análisis de Bauman de la postura ética de los videojuegos, la réplica de Poole y la crítica de Ritzer del consumismo.


miércoles, 20 de mayo de 2015

Jorge Luis Borges, patrimonio colombiano




CARLOS GOEDDER
                       
El escritor colombiano Juan Camilo Rincón acaba de publicar un trabajo grato, con una investigación minuciosa, seria y amable, sobre la relación entre Jorge Luis Borges (1899-1986) y Colombia. El trabajo repasa las tres visitas del escritor a suelo colombiano, los trabajos de intelectuales colombianos sobre Borges y tres entrevistas con destacados colombianos que trataron con el escritor.                 
           
Un libro reciente de Juan Camilo Rincón, “Ser Colombiano es un acto de fe”, repasa la relación entre Jorge Luis Borges y los lectores colombianos


El escritor colombiano Juan Camilo Rincón acaba de publicar un trabajo grato, con una investigación minuciosa, seria y amable,  sobre la relación entre Jorge Luis Borges (1899-1986) y Colombia. El trabajo repasa las tres visitas del escritor a suelo colombiano, los trabajos de intelectuales colombianos sobre Borges y tres entrevistas con destacados colombianos que trataron con el escritor: Manuel Hernández Benavides, Juan Gustavo Cobo Borda y Mauricio Botero. El trabajo no sólo da un sabor colombiano a la obra de Borges, sino que ensancha la dimensión literaria y personal de este titán de las letras. La referencia es: RINCÓN B., Juan C. Ser colombiano es un acto de fe. Fundación Cultural Libros y Letras, abril de 2014.

El título del libro proviene de uno de los cuentos que Borges escribió hacia el final de su vida, publicado en 1977, titulado Ulrica. El protagonista es un profesor colombiano de la Universidad de los Andes, quien responde a la respuesta sobre qué es ser colombiano de este modo, “No lo sé. Es un acto de fe.” (p. 13). Efectivamente, todo nacionalismo y toda noción de patria entraña algo de misticismo y creencia superior a la razón, incluso cuando se trata de un sano apego al suelo y la cultura natal.

Mencionar la Universidad de los Andes corresponde a que la primera visita de Borges a Colombia fue para recibir un doctorado honoris causa de esta prestigiosa casa de estudios.  El entrevistado Cobo Borda enumera de modo afortunado y sucinto las tres visitas: “… En diciembre de 1963, cuando le es otorgado el Honoris Causa en los Andes, en Junio de 1965, durante el  mes colombo-argentino, y en noviembre de 1978, cuando se le otorgó la Orden Civil del Mérito en Bogotá.” (p. 109).  Si bien el punto inicial de las visitas fue Bogotá, Borges visitó otras ciudades colombianas. El mismo Cobo Borda señala: “Un hito que debemos recordar, porque existe un libro, es sobre una visita que él hizo a Medellín. Es un texto que registra toda su visita a la capital antioqueña. Lo recibieron, entre otros, Jorge Valencia Jaramillo, Darío Ruiz Gómez y Elkin Restrepo, y estuvieron paseando por Medellín, y por toda esa atmósfera del tango de Gardel.” (p. 109)

Manuel Hernández comenta en su entrevista sobre la visita final de 1978: “A Borges, como siempre, le fascinaba venir a Colombia; realmente le gustaba la manera de ser de nosotros, algo encontraba de raro en el colombiano, una cierta concavidad para entender la vida; él pensaba que, en ese sentido, éramos más maduros que los argentinos.” (p. 88) La fina ironía bogotana le encantaba a Borges, mencionándose un par de veces en la obra este magnífico ejemplo: cuando el invidente escritor visitó acompañado de un contertulio colombiano, Víctor Paz,  el bogotano Parque de la Independencia; al ser interrogado por Borges sobre los monumentos, Paz le respondió: “Aquí tenemos muchos próceres y pocos héroes.” (p. 131)
Rincón repasa exhaustivamente la cobertura de periódicos y la radio (especialmente la fundamental emisora HJCK) en las visitas de Borges. El escritor dejó consignada esta frase al ser entrevistado por el periódico colombiano El Tiempo el 15 de diciembre de 1963: “Una de las cosas que más admiro de Colombia es que la literatura se toma en serio.” (p. 17-8)  En otra entrevista, concedida al diario El Espectador el 8 de agosto de 1965, Borges persistía en esta visión: “Colombia es un país literario por excelencia. Aquí se tiene mucho cuidado con la pulcritud del idioma, y el escritor forma parte de la sociedad. El escritor colombiano es una persona considerada y apreciada.” (p. 21)

Como amena curiosidad del libro, se señala que Borges gustaba mucho de un poema colombiano que la madre del escritor, Da. Leonor Acevedo Suárez - fallecida en 1975 a los 99 años y una presencia determinante en su  vida – declamaba. Se trata de Nocturno de José Asunción Silva (1865-1896) (p. 18)– Uno de los best seller colombianos actuales trata precisamente sobre el asesinato del poeta colombiano, que se ha hecho pasar por suicidio: El libro de la Envidia, de Ricardo Silva.-  La literatura daba a Borges una visión universal. Hernández Benavides señala: “era un hombre muy cosmopolita, en el sentido que en los lugares a donde iba se sentía cómodo porque sabía algo del país a través de la literatura.” (p. 113)

El libro de Rincón repasa los ensayos de varios escritores colombianos en la mítica revista literaria colombiana Mito, publicados en 1961 en sus números 39 y 40, en un especial titulado Homenaje a Borges. Las opiniones de estos escritores revelan cómo entendían el legado de Borges y sus posibilidades para las letras hispanas.  Sugiero repasar algunas de esas reseñas.

Marcos Ricardo Barnatán, hispano-argentino, señala que “ninguno los escritores que ha dado su país, antes y después de Borges, han conseguido vencer a su manera los límites estrictos del mundo hispánico.” (p. 28)  Esta visión enlaza con la del entrevistado Mauricio Botero, quien afirma estos dos como los mayores aportes de Borges: “Logra crear una especie de sintaxis nueva que le da una gran fuerza, de modo que al escribir no es más lento que al hablar. Antes de los textos de Borges el idioma era un poco más lento, decimonónico, lleno de adjetivos y peripecias y ese es el aporte de Borges. Gracias a su herencia anglosajona incluye ese aprendizaje en sus escritos.” (p. 127) Y agrega: “Otro  aporte de Borges es el uso de conceptos futuristas o cuentos hacia el futuro; son conceptos vistos en Asimov o Verne, pero no era común en el castellano.” (p. 127)

El carácter profundamente latinoamericano de Borges, seguramente el más universal de los escritores contemporáneos en castellano, también es señalado por varios de los ensayistas en Mito. Rafael Gutiérrez Girardot  consigna: “Borges pone presente que la literatura hispanoamericana puede disponer de otras posibilidades de expresión y de otros supuestos intelectuales que la diferencian esencialmente de la española.” (p. 29)  De algún modo, Borges es ciertamente un fruto del crisol cultural y el mestizaje de América Latina, siendo decisiva la influencia europea en su educación bonaerense, su aprecio del barrio porteño y su respeto patriótico por  la Guerra de Independencia  (Un abuelo suyo fue comandante de caballería en la batalla de Junín). Marta Mosquera elabora: “Lo «mágico» de su escritura nace de su ser latinoamericano.” (p. 30) y agrega: “Borges es latinoamericanamente universal.” (p. 31)   Rincón resume esta valoración comentando: “Desde Gutiérrez Girardot hasta William Ospina, los escritores y críticos colombianos han reconocido a Borges como el eslabón indispensable para la evolución de las letras latinoamericanas hacia una posición universal. Su literatura sacó a nuestro continente de su terco provincialismo, de su excesivo y a veces ridículo patriotismo, al ubicarlo como pilar central de la cultura occidental.” (p. 76)

Sobre las motivaciones temáticas de Borges, la catedrática colombiana Piedad Bonnet establece: “No creo equivocarme al afirmar que el gran tema de la obra de Borges es la imposibilidad del hombre de comprender qué lugar ocupa en el universo.” (p. 66)  Rincón, en su erudición borgiana, incorpora la afirmación de un crítico literario francés, Paul Bénichou, quien escribió que la obra de Borges “se organiza en torno a dos temas básicos:  el mundo como maquinación o falsificación, cuyo sentido se nos niega, y el mundo como laberinto y ramificación infinita de posibilidades, cuyo cálculo nos sobrepasa.” (p. 31)

La dimensión poética de Borges también está presente en este ensayo formidable de Rincón: “Borges había manifestado que, si existiera la posibilidad de ser recordado, le gustaría que fuera por su poesía.” (p. 46)  Una de las más bellas evaluaciones sobre Borges la hace Gilberto Bello, de quien Rincón señala: “Bello reconoce que Borges había creído «que las metáforas existen desde siempre (el tiempo y el río, el vivir y el soñar, la muerte y el dormir, las estrellas y los ojos, las flores y las mujeres); la función del poeta es reinventarlas, descubrirlas de nuevo. La belleza nos está acechando por todas partes.»” (p. 51). Tan grata imagen es oportuna para resaltar esta deliciosa frase de Borges, señalada en la obra: “Los sueños son una obra estética, quizá la expresión estética más antigua.” (p. 77)

Julio César Londoño aborda el aporte de Borges como crítico literario: “Los principales detalles que hacen de su crítica la cumbre del género: erudición, brevedad, imaginación y su capacidad para urdir teorías, cazar paradojas, establecer asociaciones y describir claves (…) En la crítica de Borges, su creatividad asumió dos formas: una académica, caracterizada por asociaciones rigurosas y a veces sorpresivas, y otra fantástica, compuesta por especulaciones abiertamente poéticas.” (p. 79)

El libro repasa con detalle las crónicas de las visitas de Borges a Colombia y las de los entrevistados colombianos que fueron a visitar al escritor a Buenos Aires. En tal sentido, este libro de Rincón nos acerca a Borges persona y lo transforma también a él en un universo humanamente fantástico.

El tema político es ineludible en todo escritor de estas sufridas tierras. Cuando Rincón entrevista a Mauricio Botero sobre la actualidad de Borges y su popularidad entre escritores jóvenes, este señala: “Hace unos veinte o treinta años el gran héroe era Pablo Neruda, no sólo por su literatura, sino por la cuestión izquierdista, y el Che Guevara, porque esa generación creía que era el socialismo lo que se iba a imponer. Hoy el gusto literario por opciones políticas no es lo primordial; ahora cuando se sabe quién es Stalin el Canto de amor a Stalingrado de Neruda queda herido de muerte.” (p. 128)   Cobo Borda señala que Borges procuraba mantenerse al margen de la política y la imprudencia en esta materia le habría costado el nobel, al aceptar entrevistarse con Pinochet. El entrevistado describe el episodio: “… Él fue invitado por la Universidad de Chile, y Pinochet lo invitó ese mismo día y no lo vio de mala forma y para él era descortés negarse a una invitación del presidente de un país estando en ese territorio. Además, en ese momento él creía que la política y la literatura estaban separadas.” (p. 114)

Su relación con el peronismo sí fue de enemistad. Borges declaró en Colombia: “Soy demócrata integral y por patriotismo, antiperonista.” (p. 35)  Tenía sobrados motivos para detestar a Perón, como nos recuerda Rincón: “La continua resistencia del escritor a las ideas de Perón lo habían hecho objeto de una dura persecución. El despótico acoso por parte del régimen peronista llegó a límites insospechados, como fue la detención de su madre e inmediatamente la de su hermana, hasta su grosero nombramiento como «Inspector de Aves», cuya única finalidad fue avergonzarlo…” (p. 24)   Uno de los más grotescos relatos sobre la relación de los peronistas con Borges es cuando Manuel Hernández recuerda de su visita al apartamento de Borges que el ascensor del edificio estaba dañado y ya se lo habían advertido: “se rumorea que el portero [conserje] es peronista y odia a Borges; por eso le daña el ascensor, para que tenga que esforzarse más.” (p. 98)  Uno de los terribles misterios de Argentina, donde tuve el gusto de vivir por dos años y de donde es mi amada esposa, es que ha sido capaz de producir a Borges, Cortázar, Sábato, Quino y al mismo tiempo a Perón, Videla y los Kirchner, siendo que los electores olvidan aquellas alturas del pensamiento literario argentino cuando hunden a su país en cada elección política, aceptando las grotescas simplificaciones demagógicas y populistas de la realidad.

No obstante, no queda sino compartir esta idea del propio Borges: “La responsabilidad del pueblo argentino es tener esperanza.” (p. 122)   No menos afortunada es esta frase de Cobo Borda: “Eso es lo que hace encantador a Borges, que cuando lo lees lo que te da es libertad.” (p. 117)

Epílogo: en el libro se menciona la notoria obra de mi compatriota venezolano Guillermo Sucre sobre Borges, que es una referencia necesaria. Es oportuno comentar que en 1982 Borges visitó Venezuela y fue gracias a la gestión de un profesor mío, Manuel Jacobo Cartea, ya fallecido, quien ocupó el cargo de Ministro de Cultura. Borges probó las arepas venezolanas y presenció los “toros coleados”. Sería afortunado que alguien rescate los detalles de esa visita y entiendo ha avanzado algo en esa dirección Ricardo Portillo. No obstante, es difícil emular lo que ha hecho Rincón con Borges y Colombia.
Como recuerdo personal, cuando tuve la oportunidad  de visitar el domicilio del gran escritor venezolano Arturo Uslar Pietri (1906-2001), hacia 1998 y gracias a las organizaciones CEDICE y LIDERAZGO Y VISIÓN, el titán tenía en lugar destacado su premio Príncipe de Asturias y, al lado, una foto con Borges.

Fuente : Fundación Atlas


domingo, 17 de mayo de 2015

Jorge Luis Borges: Conferencia sobre James Joyce



Conferencia pronunciada por J. L. Borges en 1960, en la ciudad de La Plata (Argentina).
La producción es obra de Radio Universidad Nacional de La Plata.

Fuente : You Tube

Rara grabación de 1924 : Joyce leyendo el episodio Aeolus del Ulises.




La grabación fue organizada y financiada por su amiga y editora Sylvia Beach, que lo llevó en taxi al estudio de grabación HMV en el suburbio parisino de Billancourt.

La primera sesión no salió bien. Joyce estaba nervioso por el sufrimiento de sus problemas oculares recurrentes. Regresó otro día para terminar la grabación. En sus memorias, Shakespeare & Company, Sylvia Beach escribe :

Joyce había elegido el discurso en el episodio Eolo, el único que estaba "declamatorio" y por lo tanto adecuado para para tenerlo en cuenta. Se había metido en la cabeza, que este sería su única lectura de Ulises.

James Joyce Reads a Passage From Ulysses, 1924

Today is “Bloomsday,” the traditional day for book lovers to celebrate James Joyce’s masterpiece, Ulysses (text — audio). To mark the occasion we bring you this rare 1924 recording of Joyce reading from the Aeolus episode of the novel. The recording was arranged and financed by the author’s friend and publisher Sylvia Beach, who brought him by taxi to the HMV (His Master’s Voice) gramophone studio in the Paris suburb of Billancourt. The first session didn’t go well. Joyce was nervous and suffering from his recurring eye troubles. He and Beach returned another day to finish the recording. In her memoir, Shakespeare & Company, Beach writes:

Joyce had chosen the speech in the Aeolus episode, the only passage that could be lifted out of Ulysses, he said, and the only one that was “declamatory” and therefore suitable for recital. He had made up his mind, he told me, that this would be his only reading from Ulysses.

I have an idea that it was not for declamatory reasons alone that he chose this passage from Aeolus. I believe that it expressed something he wanted said and preserved in his own voice. As it rings out–“he lifted his voice above it boldly”–it is more, one feels, than mere oratory.

The passage parallels the episode in Homer’s Odyssey featuring Aeolus, god of the winds. As a pun, Joyce sets it in a newspaper office where his hero Leopold Bloom stops by to place an ad, only to be stymied by the blustery noise of the printing presses and of the various “windbags” in the office. One character tries to entertain a couple of his friends with a mocking recital of a politician’s speech printed in the day’s newspaper. Here is the passage Joyce reads:

He began:

–Mr. Chairman, ladies and gentlemen: Great was my admiration in listening to the remarks addressed to the youth of Ireland a moment since by my learned friend. It seemed to me that I had been transported into a country far away from this country, into an age remote from this age, that I stood in ancient Egypt and that I was listening to the speech of a highpriest of that land addressed to the youthful Moses.

His listeners held their cigarettes poised to hear, their smoke ascending in frail stalks that flowered with his speech…Noble words coming. Look out. Could you try your hand at it yourself?

–And it seemed to me that I heard the voice of that Egyptian highpriest raised in a tone of like haughiness and like pride. I heard his words and their meaning was revealed to me.

From the Fathers
It was revealed to me that those things are good which yet are corrupted which neither if they were supremely good nor unless they were good could be corrupted. Ah, curse you! That’s saint Augustine.

–Why will you jews not accept our language, our religion and our culture? You are a tribe of nomad herdsmen; we are a mighty people. You have no cities nor no wealth: our cities are hives of humanity and our galleys, trireme and quadrireme, laden with all manner merchandise furrow the waters of the known globe. You have but emerged from primitive conditions: we have a literature, a priesthood, an agelong history and a polity.

Nile.

Child, man, effigy.

By the Nilebank the babemaries kneel, cradle of bulrushes: a man supple in combat: stonehorned, stonebearded, heart of stone.

–You pray to a local and obscure idol: our temples, majestic and mysterious, are the abodes of Isis and Osiris, of Horus and Ammon Ra. Yours serfdom, awe and humbleness: ours thunder and the seas. Israel is weak and few are her children: Egypt is an host and terrible are her arms. Vagrants and daylabourers are you called: the world trembles at our name.

A dumb belch of hunger cleft his speech. he lifted his voice above it boldly:

–But, ladies and gentlemen, had the youthful Moses listened to and accepted that view of life, had he bowed his head and bowed his will and bowed his spirit before that arrogant admonition he would never have led the chosen people out of their house of bondage nor followed the pillar of the cloud by day. He would never have spoken with the Eteral amid lightnings on Sinai’s mountaintop nor even have come down with the light of inspiration shining in his countenance and bearing in his arms the tables of the law, graven in the language of the outlaw.

Fuente :  Open Culture.com