martes, 30 de agosto de 2011

La banda de Rock Vanguart de Brasil, lanza CD con influencia de Jorge Luis Borges y Walt Whitman.



La banda de rock brasilero Vanguart, se enfrenta al reto de su segundo disco, "Buena parte de mí se ha ido"

"Hemos tenido una preocupación por lo que sería el lenguaje de este segundo álbum, dice Flandes Hélio, de 26 años, vocalista y principal compositor

Nada es al azar, cuando habla de las influencias del disco, Flandes cita dos grandes escritores: el poeta estadounidense Walt Whitman (1819-1892) y el genial escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986). "El álbum tiene mucha más influencia de la literatura que de la música", agregó.



Vanguart lança Boa Parte de Mim Vai Embora, belo disco de folk rock
Vocalista e principal compositor da banda, Hélio Flanders fala sobre o CD, re- novação e crise no rock brasileiro

O primeiro e homônimo disco da banda Vanguart foi lançado em 2007, colocando o grupo no topo da cena do rock nacional independente. O álbum figurou nas listas de melhores daquele ano, e os fãs se multiplicaram pelo país. Quatro anos depois, os rapazes de Cuiabá enfim encaram o desafio do segundo disco, com Boa Parte de Mim Vai Embora (Deckdisc).

“A gente tinha uma preocupação sobre qual seria a linguagem desse segundo álbum, e até 2010 não tínhamos chegado ao que queríamos”, explica Hélio Flanders, 26 anos, vocalista e principal compositor do grupo - quem também compõe e canta em algumas músicas é o baixista Reginaldo Lincoln.

Mulher ou vício Ao contrário do primeiro disco, em que a maioria das letras era em inglês, nesse todas são em português, exceto a canção de abertura, Mi Vida Eres Tu, que mistura a língua de Camões à de Cervantes. Uma gostosa balada que fala de um homem à espera de uma mulher louca, tão louca quanto ele.

“Nós, eu e o Reginaldo, vínhamos passando por desilusões e separações. O disco faz reflexões a partir disso. É sobre estar sozinho de novo, pode ser sem uma mulher ou sem um vício. É um disco que fala sobre recomeçar”, explica Flanders.

Além da novidade em relação ao idioma, o disco tem uma participação feminina que foi essencial para juntar os caquinhos dos corações desses marmanjos: a violinista Fernanda Kostchak. Segundo Hélio, ela “trouxe uma coloração nova” ao trabalho, e praticamente entrou para a banda.

O vocalista também se aventura tocando trompete na canção Nessa Cidade, que tem belos arranjos de voz, com violino ao fundo, e rompantes épicos. “É um trompete intuitivo. É um cantor tocando trompete”, conta Flanders.

A faca no chão
Dito o que é novo, Boa Parte de Mim Vai Embora é um álbum de continuidade em relação ao primeiro. Estão ali a melancolia folk, e a voz - hora vigorosa, hora trôpega - de Hélio Flanders, dançando devagar sobre as linhas melódicas do violão, entoando cada letra com sentimento.

Letras que reafirmam o compositor como um dos melhores poetas do novo rock brasileiro. Basta ouvir Depressa: “Você diz pra eu ir depressa/que logo estará lá/ onde você me leva/ nem deus andará/ Põe a faca no chão/ Juro que não vou te machucar”.

Nada é ao acaso. Quando fala das influências do disco, Flanders cita dois grandes escritores: o poeta americano Walt Whitman (1819–1892) e o genial argentino Jorge Luís Borges (1899-1986). “O disco tem muito mais influência de literatura do que de música”, completa.

Perguntado sobre como escrevem os roqueiros de hoje, responde que há boas letras, “em bandas como a Los Porongas, Pública e Jair Neves (ex-Ludovic)”. Mas pondera: “Às vezes falta um cuidado, as pessoas não têm noção de que são as letras que vão ficar. São elas que dirão como são os homens de nossa época. E os músicos estão lendo pouco. Isso é um perigo”.

Flanders conta que seu processo de composição foi o mesmo que artistas como John Lenon (1940-1980) e bandas como Tears for Fears utilizavam: a teoria do Grito Primal, do psicólogo americano Arthur Janov, baseada no uso do grito como uma forma de expulsar traumas. “Eu boto pra gravar e vou fazendo tudo, letra, voz, arranjos, melodias. Esse disco foi feito quase todo assim”, explica.

João Gilberto
Prontas as canções - a maioria é de 2010 - os músicos, que há alguns anos moram em São Paulo, se reuniram por três dias em Cuiabá, e gravaram tudo ao vivo, no estúdio Inca, parceiro na gravação independente. “A Deck entrou depois, com o disco pronto”, esclarece.


Em 2008, a Vanguart chegou a lançar disco e DVD ao vivo pela Universal Music, que investiu no burburinho em torno dos caras, talvez visualizando uma possível onda folk que viria com eles e Mallu Magalhães, o que não se confirmou. “Essas divisões (de gêneros) mais atrapalham. Penso numa nova música brasileira, sem divisões”, diz.

Mas, voltando aos gêneros, por que o rock perdeu tanto a força no Brasil de 1990 para cá? “O rock brasileiro entrou em crise quando viu que o que ele fazia era uma emulação do americano. Teve exceções, como a Raimundos, e a Los Hermanos teve uma importância, mas já com o ‘rock’ entre aspas”.

Fale mais sobre isso, caro Flanders. “Acho que o rock vai ressurgir a partir das bandas independentes, que não seguem mais a fórmula das grandes gravadoras. Rock enquanto atitude. João Gilberto, com violão, é o cara mais rock‘n’roll do mundo”.



Cd Vanguart – Boa Parte de Mim Vai Embora – 2011

Lista de Músicas:

01- Mi Vida Eres Tu
02- Se Tiver Que Ser Na Bala, Vai
03- Desmentindo a Despedida
04- Nessa Cidade
05- Engole (Arde Mais Que Brasa Em Pele Quente)
06- A Patinha Da Garça
07- Eu Vou Lá
08- Onde Você Parou
09- Das Lágrimas
10- Amigo
11- Morrerão
12- O Que A Gente Podia Ser
13- Depressa

Fuente : Correio - Brasil
Salvador, 30 de agosto de 2011

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